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SEGURANÇA

A evolução da criptografia: do Enigma à criptografia quântica

A criptografia é a ciência e a arte de proteger a comunicação, usando técnicas que transformam as mensagens em códigos, que só podem ser lidos por quem tem a chave para decifrá-los. A criptografia é essencial para garantir a segurança, a privacidade, e a confidencialidade das informações, que são cada vez mais valiosas e vulneráveis na era digital.

Neste artigo, vamos mostrar como a criptografia evoluiu ao longo da história, desde os seus primórdios, passando pela era do Enigma, até chegar à criptografia quântica, que promete revolucionar a forma como nos comunicamos. Fique atento e descubra como a criptografia pode afetar o seu presente e o seu futuro!

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Os Primórdios da Criptografia

A criptografia é uma prática milenar, que remonta às civilizações antigas, que usavam métodos simples, mas engenhosos, para esconder as suas mensagens dos seus inimigos, aliados, ou rivais.

Alguns exemplos de métodos criptográficos antigos:

  • A cifra de César: Um dos primeiros e mais famosos métodos criptográficos, que consiste em substituir cada letra da mensagem por outra letra, que está a uma certa distância no alfabeto. Por exemplo, se a distância for 3, a letra A será substituída pela letra D, a letra B pela letra E, e assim por diante. Esse método foi usado pelo imperador romano Júlio César, para se comunicar com os seus generais.
  • O escitalo: Um método criptográfico usado pelos gregos, que consiste em enrolar uma tira de couro ou de papiro em um bastão de madeira, e escrever a mensagem na tira, de forma que cada letra fique em uma volta do bastão. Depois, a tira é desenrolada, e a mensagem fica ilegível, pois as letras ficam separadas e embaralhadas. Para ler a mensagem, é preciso usar um bastão do mesmo diâmetro, e enrolar a tira novamente.
  • A cifra de Vigenère: Um método criptográfico usado pelos europeus, que consiste em usar uma palavra-chave, que é repetida várias vezes, para formar uma chave de mesmo tamanho que a mensagem. Depois, a mensagem é cifrada, usando uma tabela que mostra como cada letra da mensagem deve ser substituída por outra letra, de acordo com a letra correspondente da chave. Esse método foi considerado inquebrável por muito tempo, até ser quebrado pelo matemático Charles Babbage, no século XIX.

A Era do Enigma

Enigma
Enigma – Créditos: Tricotou

A era do Enigma foi um período marcante na história da criptografia, que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando os alemães usavam uma máquina chamada Enigma, para cifrar e decifrar as suas comunicações militares. A máquina Enigma era um dispositivo eletromecânico, que tinha um teclado, um painel de luzes, e um conjunto de rotores, que podiam ser configurados de diferentes formas, para gerar diferentes códigos. A máquina Enigma era considerada inviolável pelos alemães, que confiavam nela para planejar e executar as suas operações de guerra.

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No entanto, a máquina Enigma foi quebrada pelos aliados, que contaram com a ajuda de matemáticos, linguistas, e espiões, que conseguiram obter informações sobre o funcionamento e a configuração da máquina. Um dos principais responsáveis por quebrar a máquina Enigma foi o matemático britânico Alan Turing, que criou uma máquina chamada Bombe, que era capaz de testar milhares de combinações possíveis de rotores, e encontrar a chave correta para decifrar as mensagens. A quebra da máquina Enigma foi um fator decisivo para a vitória dos aliados na guerra, e também para o desenvolvimento da computação e da inteligência artificial.

Criptografia Simétrica e Assimétrica

A criptografia simétrica e a criptografia assimétrica são dois tipos de criptografia, que usam chaves diferentes para cifrar e decifrar as mensagens.

A diferença entre elas é:

  • A criptografia assimétrica usa duas chaves diferentes, que são relacionadas matematicamente, mas que não podem ser derivadas uma da outra: a chave pública, que é usada para cifrar a mensagem, e que pode ser divulgada para qualquer pessoa, e a chave privada, que é usada para decifrar a mensagem, e que deve ser mantida em segredo pelo seu dono. A vantagem da criptografia assimétrica é que ela não requer um canal seguro e confiável, para trocar as chaves entre as partes, e que ela permite a autenticação e a assinatura digital dos conteúdos. A desvantagem da criptografia assimétrica é que ela é mais lenta e complexa, pois usa algoritmos mais sofisticados e computacionais.
  • A criptografia simétrica e a criptografia assimétrica podem ser usadas de forma combinada, para obter os benefícios de ambas. Por exemplo, a chave pública pode ser usada para cifrar a chave simétrica, que pode ser usada para cifrar a mensagem. Assim, a mensagem pode ser enviada de forma segura e eficiente, usando a chave simétrica, e a chave simétrica pode ser enviada de forma segura e autenticada, usando a chave pública.

Desafios da Era Digital

A era digital trouxe novos desafios para a criptografia, pois aumentou a quantidade, a variedade, e a velocidade dos dados, que são gerados, transmitidos, e armazenados na internet, e que podem ser interceptados, modificados, ou roubados por hackers, espiões, ou criminosos. Alguns dos desafios da era digital são:

  • A segurança dos dados: A proteção dos dados contra ataques maliciosos, que podem comprometer a integridade, a confidencialidade, e a disponibilidade dos dados, que podem ser usados para fins ilícitos, como roubo de identidade, fraude, extorsão, ou sabotagem.
  • A privacidade dos dados: A preservação dos dados contra invasões indesejadas, que podem violar os direitos e as preferências dos usuários, que podem ter seus dados coletados, analisados, ou compartilhados sem o seu consentimento, ou de forma inadequada, por empresas, governos, ou terceiros.
  • A legalidade dos dados: A conformidade dos dados com as normas e as leis, que podem regular o uso, a produção, e a distribuição dos dados, e que podem proteger os interesses e os valores dos usuários, que podem ser afetados pelos dados, como propriedade intelectual, direito autoral, ou direito à informação.

Algoritmos Criptográficos Modernos

Os algoritmos criptográficos modernos são os métodos e as técnicas, que são usados para implementar a criptografia simétrica e a criptografia assimétrica, usando conceitos e ferramentas matemáticas, que garantem a segurança, a eficiência, e a robustez dos códigos.

  • AES: O Advanced Encryption Standard (Padrão Avançado de Criptografia) é um algoritmo de criptografia simétrica, que usa uma chave de 128, 192, ou 256 bits, para cifrar e decifrar blocos de 128 bits de dados, usando uma série de operações matemáticas, que são chamadas de rodadas. O AES é um dos algoritmos mais usados e mais seguros da atualidade, e é adotado como padrão pelo governo dos Estados Unidos, e por diversas organizações e instituições no mundo.
  • RSA: O RSA é um algoritmo de criptografia assimétrica, que usa dois números primos grandes, que são multiplicados para gerar um número composto, que é usado para gerar as chaves pública e privada, que são usadas para cifrar e decifrar os dados, usando operações de exponenciação e de resto. O RSA é um dos algoritmos mais usados e mais conhecidos da atualidade, e é usado para fins de criptografia, de autenticação, e de assinatura digital.
  • SHA: O Secure Hash Algorithm (Algoritmo de Hash Seguro) é um algoritmo de hash, que é uma função matemática, que transforma qualquer dado em um valor fixo e único, que é chamado de hash, ou de resumo. O hash é usado para verificar a integridade dos dados, pois qualquer alteração nos dados, por menor que seja, gera um hash diferente. O SHA é um dos algoritmos mais usados e mais confiáveis da atualidade, e tem várias versões, como o SHA-1, o SHA-2, e o SHA-3.

Criptografia Pós-Quântica

A criptografia pós-quântica é um tipo de criptografia, que visa resistir aos ataques de computadores quânticos, que são máquinas que usam os princípios da física quântica, para realizar cálculos muito mais rápidos e complexos do que os computadores clássicos.

Os computadores quânticos podem representar uma ameaça para a segurança dos algoritmos criptográficos atuais, pois podem usar algoritmos quânticos, como o algoritmo de Shor, ou o algoritmo de Grover, para quebrar as chaves públicas e privadas, que são usadas na criptografia assimétrica e na criptografia simétrica, respectivamente.

A criptografia pós-quântica é um tipo de criptografia, que usa algoritmos e técnicas, que são baseados em problemas matemáticos, que são difíceis de resolver, mesmo para os computadores quânticos.

Alguns exemplos de algoritmos e técnicas da criptografia pós-quântica:

Códigos de correção de erros

São algoritmos que usam códigos, que podem detectar e corrigir erros, que podem ocorrer na transmissão ou no armazenamento dos dados. Os códigos de correção de erros podem ser usados para gerar chaves públicas e privadas, que são resistentes aos ataques de computadores quânticos, pois os erros introduzidos pelos algoritmos quânticos podem ser corrigidos pelos códigos.

Retículos

São estruturas matemáticas, que consistem em conjuntos de pontos, que formam uma grade regular no espaço. Os retículos podem ser usados para gerar chaves públicas e privadas, que são resistentes aos ataques de computadores quânticos, pois os problemas relacionados aos retículos, como o problema do vetor mais curto, ou o problema do vetor mais próximo, são difíceis de resolver, mesmo para os computadores quânticos.

Curvas elípticas

São curvas matemáticas, que têm a propriedade de que, se dois pontos da curva são somados, o resultado é outro ponto da curva. As curvas elípticas podem ser usadas para gerar chaves públicas e privadas, que são resistentes aos ataques de computadores quânticos, pois os problemas relacionados às curvas elípticas, como o problema do logaritmo discreto, ou o problema do Diffie-Hellman, são difíceis de resolver, mesmo para os computadores quânticos.

Desenvolvimentos Recentes em Criptografia Quântica

A criptografia quântica é um tipo de criptografia, que usa os princípios da física quântica, para garantir a segurança dos dados, usando partículas quânticas, como fótons, elétrons, ou átomos, para gerar, transmitir, e medir as chaves criptográficas. A vantagem da criptografia quântica é que ela é à prova de espionagem, pois qualquer tentativa de interceptar ou modificar as partículas quânticas, altera o seu estado, e revela a presença do intruso. A criptografia quântica é um tipo de criptografia, que está em desenvolvimento, e que tem potencial para revolucionar a forma como nos comunicamos. Alguns exemplos de desenvolvimentos recentes em criptografia quântica são:

  • QKD: O Quantum Key Distribution (Distribuição Quântica de Chaves) é um protocolo, que permite que duas partes troquem chaves criptográficas, usando partículas quânticas, que são enviadas por um canal quântico, como uma fibra óptica, ou um feixe de luz. O QKD é um protocolo, que já está em uso, e que tem aplicações em áreas como telecomunicações, bancos, ou defesa.
  • QSS: O Quantum Secret Sharing (Compartilhamento Quântico de Segredos) é um protocolo, que permite que uma parte divida um segredo, como uma chave criptográfica, ou uma mensagem, em partes, que são distribuídas para outras partes, usando partículas quânticas, que são enviadas por um canal quântico. O QSS é um protocolo, que está em pesquisa, e que tem aplicações em áreas como computação distribuída, votação eletrônica, ou contratos inteligentes.
  • QEC: O Quantum Error Correction (Correção Quântica de Erros) é um método, que permite que se corrijam os erros, que podem ocorrer nas partículas quânticas, devido a fatores como ruído, interferência, ou decoerência. O QEC é um método, que está em desenvolvimento, e que é essencial para o funcionamento de dispositivos quânticos, como computadores quânticos, ou redes quânticas.

O Futuro da Criptografia

O futuro da criptografia é incerto, mas promissor, pois a criptografia está em constante evolução, e enfrenta novos desafios e oportunidades, que são trazidos pela tecnologia, pela sociedade, e pela ciência. Alguns dos aspectos que podem influenciar o futuro da criptografia são:

A computação quântica

A computação quântica é uma tecnologia, que pode representar uma ameaça para a criptografia atual, mas também uma oportunidade para a criptografia futura, pois pode quebrar os algoritmos criptográficos atuais, mas também pode criar novos algoritmos criptográficos, que são baseados na física quântica, e que são mais seguros e eficientes do que os algoritmos clássicos.

A inteligência artificial

A inteligência artificial é uma tecnologia, que pode representar um desafio para a criptografia, mas também um aliado para a criptografia, pois pode usar algoritmos de aprendizado de máquina, para analisar, quebrar, ou gerar códigos, mas também pode usar algoritmos de aprendizado profundo, para melhorar, otimizar, ou inovar os códigos.

A internet das coisas

A internet das coisas é uma tendência, que pode representar uma demanda para a criptografia, mas também uma dificuldade para a criptografia, pois pode aumentar o número, a diversidade, e a complexidade dos dispositivos, que se conectam à internet, e que precisam de criptografia, para proteger os seus dados, mas também pode limitar os recursos, a capacidade, e a compatibilidade dos dispositivos, que precisam de criptografia, para funcionar.

Conclusão

Neste artigo, mostramos como a criptografia evoluiu ao longo da história, desde os seus primórdios, passando pela era do Enigma, até chegar à criptografia quântica, que promete revolucionar a forma como nos comunicamos.

Esperamos que você tenha gostado do nosso artigo, e que tenha se interessado pela criptografia. Se você tiver alguma dúvida, sugestão ou opinião, deixe um comentário abaixo, e compartilhe este post com seus amigos.

Obrigado pela sua atenção, e até a próxima!